sábado, 26 de abril de 2014

Títulos para temas livres

Aqui têm as sugestões de títulos para a elaboração das composições de tema livre.

Ponham a vossa imaginação a funcionar!
Mãos à obra e bom trabalho!

1. Quero muito ser feliz!
2. O futuro também é meu.
3. Uma mão cheia de sol.
4. Ontem e talvez amanhã.
5. Amanhã penso nisso.
6. Vagabundo por um dia.
7. Quero muito crescer.
8. Mãe, vem ouvir o vento.
9. A semana dos dias tranquilos.
10. No futuro logo se vê.
11. O dia dos sonhos pequeninos.
12. Estou quase a acabar.
13. Amigos nos maus momentos.
14. Haja festa!
15. A cor dos dias claros.
16. Contrato anulado.
17. Chegou a primavera.
18. Até ao fim do mundo.
19. Hoje começo outra vez.
20. A eternidade é um arco-íris.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PETRARCA



Francesco Petrarca (Arezzo, 20 de julho de 1304 — Arquà, 19 de julho de 1374) foi um intelectual, poeta e humanista italiano. É considerado o inventor do soneto, tipo de poema composto por 14 versos.
 É tido como o "pai do Humanismo".

Viajou intensamente pela Europa e trabalhou como embaixador. Gostava muito de escrever cartas e tinha em Boccaccio um de seus mais notáveis amigos. Durante as suas viagens, colecionou manuscritos latinos antigos e assim tornou-se um dos primeiros a redescobrir o conhecimento da Roma Antiga e Grécia Antiga. Entre outras realizações, participou da primeira tradução latina de Homero e em 1345, descobriu pessoalmente uma inédita coleção de cartas de Cícero.
Doou a sua notável biblioteca de manuscritos para a cidade de Veneza, onde hoje fazem parte do núcleo da Biblioteca Marciana.
Laura
Em 1327, uma sexta-feira Santa, a visão de uma mulher chamada Laura na Igreja de Santa Clara de Avinhão despertou em Petrarca uma paixão duradoura, celebrada nas Rime Sparse ("Rimas Esparsas"). Mais tarde, poetas renascentistas que copiaram o estilo de Petrarca deram o nome a essa coleção de 366 poemas de Il Canzoniere ("O Cancioneiro").
Há pouca informação concreta na obra de Petrarca sobre Laura, exceto que é linda, tem cabelos claros e é uma mulher modesta e digna. Laura e Petrarca tiveram pouco ou nenhum contacto pessoal.

Petrarca aperfeiçoou a conhecida forma do soneto, herdada de Giacomo da Lentini, e que Dante amplamente usou. Muitos dos poemas de Petrarca, colecionados no Cancioneiro (dedicado a Laura), eram sonetos. O compositor romântico Franz Liszt musicou alguns dos sonetos de Petrarca, Tre sonetti del Petrarca.clica aqui se quiseres ouvir )


Amor

Dos temas mais presentes na lírica camoniana o do amor é central.
Na sua conceção incorporou elementos da doutrina clássica, do amor cortês e da religião cristã, concorrendo todos para incentivar o amor espiritual e não o carnal. O amor espiritual é o mais elevado, o único digno dos sábios, e esta espécie de afeto incorpóreo acabou por ser conhecida como amor platónico.
Da poesia trovadoresca herdou a tradição do amor cortês, que é ele mesmo uma derivação platónica que coloca a dama num patamar ideal, jamais atingível, e exige do cavaleiro uma ética imaculada e uma total subserviência em relação à amada.
 Nesse contexto, o amor camoniano é, por regra, um amor idealizado que  se expressa no plano da abstração e da arte.
Contudo, é um amor preso no dualismo, é um amor que, se por um lado ilumina a mente, gera a poesia e enobrece o espírito, se o aproxima do divino, do belo, do eterno, do puro e do maravilhoso, é também um amor que tortura e escraviza pela impossibilidade de ignorar o desejo de posse.


Características

Todos os paradoxos criados pela idealização amorosa são enfatizados pela própria estrutura poética, cheia de antíteses,  metáforas , hipérboles, personificações. Se a consumação terrena é impossível, pode ser necessária a própria morte dos amantes, para que se possam unir no Paraíso. Desta forma, o tema da morte acompanha o do amor em muito na poesia de Camões, seja de forma explícita ou implícita. 

Dualidade

A dualidade amorosa expressa na lírica camoniana corresponde a duas concepções de mulher: a primeira é de uma criatura angelical, objeto de culto, um ser quase divino, intocável e distante. A sua descrição enfatiza as correspondências entre a sua beleza física e a sua perfeição moral e espiritual. 
Mas o amor vivido em espírito dá lugar a sentimentos totalizantes que acabam por envolver também a manifestação erótica, invocando então a outra mulher, a carnal. 

VERTENTE CLÁSSICA OU RENASCENTISTA

Poesia de influência italiana trazida por Sá de Miranda e António Ferreira.

1. A nível dos temas:
1.1. Influência Petrarquista (Francesco Petrarca, poeta italiano)
O retrato idealizado da mulher amada. Ela é caracterizada e descrita como sendo uma deusa, um objeto divino – é intocável, misteriosa e sempre ausente. A ausência permite ao poeta ver mais intensamente
dentro da alma a essência da sua beleza, de que os cabelos, os olhos e as faces são apenas um reflexo da beleza divina. Assim, a idealização da mulher concretiza‐se, sobretudo, em retratos em que o aspeto físico
atinge a impessoalidade do convencional ‐ olhos sempre claros, cabelos louros, tez nívea, faces rosadas – e o aspeto espiritual se caracteriza pela serenidade, a doçura do riso, a brandura do gesto (rosto) sossegado. Esta visão da mulher traduz, também, a conceção platónica do amor ideal e inacessível.

A conceção do amor puro e ideal já se encontrava nas cantigas de amor. Petrarca renovou essa conceção, criando o modelo da mullher perfeita, divina, emanação de Deus, da qual brota o que há de belo na Terra. O amor é uma aspiração a um objeto inatingível, porque não existe neste mundo. O que aqui se vê é um reflexo do verdadeiro modelo, essência que mora num mundo superior – o mundo inteligível ou das ideias. Assim, o verdadeiro amor (amor platónico) é um sentimento ausente de desejo físico, mas apenas concentrado na contemplação de uma deusa – a mulher amada.
Os efeitos contraditórios do amor, que levam à inconstância no estado de espírito do sujeito poético.

A invocação da Natureza, ora como reflexo, ora como contraste do estado de alma do
sujeito: alegre se a amada está presente; triste se ela se ausentou ou a relação amorosa se rompeu.

1.2. Influência de Platão (filósofo):
• Platão considerava a existência de dois mundos: o mundo sensível, que nos rodeia e no qual vivemos e o mundo inteligível, mundo em que vive Deus, mundo ideal, onde impera a Suprema Beleza, Bondade e Justiça. 
A beleza da Natureza e o encanto físico e moral da mulher amada, presente no mundo sensível, não são mais do que um reflexo da beleza divina, presente no mundo inteligível. Esta teoria platónica já estava presente na poesia provençal e na poesia petrarquista, que divinizava a mulher por a considerar um raio de eterna luz, raio da divina formosura.

1.3. Influência greco‐latina (de poetas, como Virgílio, Homero, etc.)
• a brevidade da vida que traduz a angústia do poeta perante a passagem do tempo e a aproximação inevitável da morte;
• a mudança;
• o elogio da vida rústica, campestre, em que o poeta descreve a vida calma dos lavradores e dos pastores, o colorido da paisagem, os frutos saborosos, em contraste com a agitação da guerra e da vida urbana e cortesã.

2. A nível da forma:
• Métrica (medida nova):
Decassílabos (10 sílabas métricas);
Menos frequente, hexassílabos (11 sílabas métricas).
• Variedade estrófica:
Soneto – composição poética fixa de assunto fundamentalmente lírico ou amoroso, constituída por catorze versos distribuídos por duas quadras e dois tercetos. Os versos são decassílabos e o esquema
rimático mais frequente é abba/ abba/ cdc/ dcd.
canção;
sextilha ‐ Estrofe de seis versos, cujos esquemas rimáticos podem ser variados;
elegia ‐ poema de tom terno e triste. Geralmente é uma lamentação pelo falecimento de uma personagem pública ou de um ser querido.





quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Lírica Camoniana

Camões viveu na fase final do Renascimento europeu, um período marcado por muitas mudanças na cultura e sociedade, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna e a transição do feudalismo para o capitalismo.
Chamou-se "renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antiguidade Clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista que afirmava a dignidade do Homem, colocando-o no centro do universo, tornando-o o investigador por excelência da natureza, e privilegiando a razão e a ciência.


VERTENTE TRADICIONAL
Poesia que aproveita a temática da poesia trovadoresca e as formas da poesia palaciana.

1. A nível dos temas:
• Sofrimento amoroso;
• Partida do objeto amoroso;
• A saudade;
• As confidentes;
• Cenário campestre e pastoril;
• Presença de elementos, como o mar, a fonte e os pastores (Influência da poesia trovadoresca).

2. A nível da forma:
• Métrica (medida velha):
 Versos de redondilha maior (7 sílabas métricas);
 Versos de redondilha menor (5 sílabas métricas).
• Variedade estrófica:
 Mote (que introduz o tema) e glosas (que desenvolvem o tema);
Vilancete;
Cantiga;

Esparsa – composição poética em redondilha, que apresenta entre oito e dezasseis versos.
Não apresenta mote nem refrão.
Trova ‐ poema composto por apenas uma estrofe, de quatro versos em redondilhas maiores de rimas alternadas.
Endecha ‐ composição de tom melancólico e triste em versos de cinco ou seis sílabas, geralmente agrupados em quadras, segundo o esquema rimático ABCB, ABAB ou ABBA. O plural endechas deve‐se ao facto de a cada quadra se atribuir a designação de endecha e o poema ser constituído por mais de uma estrofe.